Competências Sociais para lidar com as diferenças
A pesquisa foi
realizada em uma escola pública na sala do 4º ano do ensino fundamental. Para esta
pesquisa foi entrevistado a professora da turma, composta de 22
alunos, dos quais um é deficiente auditivo.
Na oportunidade,
foram entrevistados três alunos sobre o comportamento com os amigos
deficientes, as diferenças e a formação de laços de amizades.
A entrevista com
a professora teve duração média de 30 minutos e abordaram os principais
desafios enfrentados ao lidar com estes alunos especiais. As entrevistas com os
alunos foram realizadas individualmente com cada um dos três alunos de idade
entre 8 a 10 anos.
As entrevistas foram
realizadas numa sala de aula disponível no dia agendado, na unidade escolar. Com as crianças foram
trabalhado os conceitos de “amizade” e de “diferença”. Foi solicitado que elas
elaborassem desenhos com o tema “Meu amigo diferente é especial” e foram
orientadas a desenhar espontaneamente um amigo que possua algum tipo de
deficiência física ou mental. Oportunamente foram registrados os relatos das
crianças sobre o porquê o amigo diferente é especial para elas, como iniciaram
sua amizade e como tratam esse seu amigo.
Foi entregue a elas
papel em branco e lápis de cor e após a entrega dos desenhos os documentos
foram digitalizados e publicados nesse Blog juntamente o os
comentários das crianças relacionadas a estes amigos. Seguem abaixo os dados
colhidos durante as entrevistas:
Professora entrevistada – Dados Bibligráficos:
Graduada em
Pedagogia em 2009 pela Unesp de Araraquara, especialista em Psicopedagogia, em
2011, trabalha na instituição de ensino desde 2008, quando iniciou se estágio
nessa escola.
Relato da professora que trabalha com o
aluno especial:
Nesse ano estou trabalhando com um aluno
deficiente auditivo que utiliza aparelho coclear. O principal desafio é conseguir transmitir o
conteúdo com as mesmas eficiências com que é passado para os demais alunos e
fazer com que ele assimile o conteúdo, sem deixar transparecer para o aluno que
ele é especial, mesmo sabendo que ele tem plena consciência do seu problema. A direção da escola me informou que havia um
aluno especial na sala que tinha uma deficiência grande em falar e ouvir. Minha
primeira ação foi posicionar o aluno no centro da sala, um pouco mais na frente
para que pudesse enxergar melhor. Tive que usar muito mais a lousa que de
costume, mais recursos visuais como filminhos legendados, imagens,
apresentações em PowerPoint e tomar o cuidado para não andar na sala falando
para que o aluno pudesse ler meus lábios e trabalhar a dicção de fora mais
pausada e com expressão labial mais forte, permitindo a leitura labial.
Nunca pergunto diretamente ao aluno se ele entendeu
a matéria, mas faço perguntas, assim como para os demais alunos sobre o assunto
abordado na aula, por exemplo: Qual sua opinião, cite exemplos, vamos conversar
sobre o que estamos estudando.... Percebo que na maioria das vezes o aluno
responde e fico muito contente! É sina que aprendeu!
Para socializar a turma de alunos, procuro
fazer dinâmicas na sala de aula e sempre troco os grupos para que todos
mantenham contato, interajam e criem laços de amizade. Faço rodízio com os
alunos para que participassem de grupos diferentes em cada atividade.
Estimulo o aluno, assim como os demais, a irem
à lousa resolver contas de matemática e peço para que façam comentários dizendo
como chegaram aos resultados, de forma escrita. Faço isso com todos os alunos
para não fazer diferença nos procedimentos didáticos para que o aluno não se
sinta diferente!
Relato dos alunos:
Aluno1:
Minha amiga é
diferente porque ela tem mais dificuldade de ouvir e falar, mas não acho que ela
é diferente só por isso. Ela usa um aparelho que ajuda muito ela... Ela é
divertido por isso gosto muito dela. No ano passado ela não estudava aqui com a
gente, mas quando ela chegou foi legal. Agora ela é nossa amiga também e já faz
parte dos amigões*
Observação: “Os amigões”, citado pelo aluno 1 é um grupo que
as crianças criaram no facebook para conversar. Essa comunicação é escrita e
acredito que ajuda muito o aluno com necessidade especial.
Aluno2:
Eu não acho que ela é diferente de mim só porque não ouve direito e
fala com dificuldade. Logo que ela chegou aqui na escola nós a chamamos para ficar
com a gente no recreio e ela já se tornou amiga de todos nós. No começo foi um
pouco difícil porque a gente não entendia muito bem o que ela falava. A gente
tem que tomar cuidado para falar olhando pra ela e ficar um pouco mais pero, só
isso! Ah... ela é normal!
Aluno3:
Ela é muito legal! É uma pessoa que precisa de mais atenção da
professora do que nós por causa do probleminha dela de não ouvir direito e ter
um pouco de dificuldade para falar. Eu acho ela especial porque tem um coração
grande! Ela ajuda a gente sempre que precisamos! Um dia eu faltei à aula e ela
me emprestou o caderno para eu copiar a matéria. Ela é super caprichosa e eu
gosto muito dela!
Desenhos feitos pelos alunos entrevistados:
“Meu amigo diferente é especial”
Relato dos alunos:
Considerações Finais
Esse trabalho permitiu ampliar os estudos e conhecimentos adquiridos nas videoaulas e a reflexão sobre a importância do professor em saber lidar com alunos especiais. Como foi citado nesse trabalho o processo de inclusão educacional nas escolas no Brasil garante a todos o direito à educação e ao acesso à escola, sem exclusão em razão de raça, origem social, raça, sexo ou deficiência. Segundo o Art. 205 da Constituição Federal Brasileira, “A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade visando o pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho” (Liberalesso , Zeigelboim, 2012).