sexta-feira, 29 de maio de 2015


Competências Sociais para lidar com as diferenças


Pesquisa Acadêmica:

A pesquisa foi realizada em uma escola pública na sala do 4º ano do ensino fundamental. Para esta pesquisa foi entrevistado a professora da turma, composta de 22 alunos, dos quais um é deficiente auditivo.
Na oportunidade, foram entrevistados três alunos sobre o comportamento com os amigos deficientes, as diferenças e a formação de laços de amizades.
A entrevista com a professora teve duração média de 30 minutos e abordaram os principais desafios enfrentados ao lidar com estes alunos especiais. As entrevistas com os alunos foram realizadas individualmente com cada um dos três alunos de idade entre 8 a 10 anos.
As entrevistas foram realizadas numa sala de aula disponível no dia agendado, na unidade escolar. Com as crianças foram trabalhado os conceitos de “amizade” e de “diferença”. Foi solicitado que elas elaborassem desenhos com o tema “Meu amigo diferente é especial” e foram orientadas a desenhar espontaneamente um amigo que possua algum tipo de deficiência física ou mental. Oportunamente foram registrados os relatos das crianças sobre o porquê o amigo diferente é especial para elas, como iniciaram sua amizade e como tratam esse seu amigo.
Foi entregue a elas papel em branco e lápis de cor e após a entrega dos desenhos os documentos foram digitalizados e publicados nesse Blog juntamente o os comentários das crianças relacionadas a estes amigos. Seguem abaixo os dados colhidos durante as entrevistas:
Professora entrevistada – Dados Bibligráficos:
Graduada em Pedagogia em 2009 pela Unesp de Araraquara, especialista em Psicopedagogia, em 2011, trabalha na instituição de ensino desde 2008, quando iniciou se estágio nessa escola.

Relato da professora que trabalha com o aluno especial:
Nesse ano estou trabalhando com um aluno deficiente auditivo que utiliza aparelho coclear. O  principal desafio é conseguir transmitir o conteúdo com as mesmas eficiências com que é passado para os demais alunos e fazer com que ele assimile o conteúdo, sem deixar transparecer para o aluno que ele é especial, mesmo sabendo que ele tem plena consciência do seu problema.  A direção da escola me informou que havia um aluno especial na sala que tinha uma deficiência grande em falar e ouvir. Minha primeira ação foi posicionar o aluno no centro da sala, um pouco mais na frente para que pudesse enxergar melhor. Tive que usar muito mais a lousa que de costume, mais recursos visuais como filminhos legendados, imagens, apresentações em PowerPoint e tomar o cuidado para não andar na sala falando para que o aluno pudesse ler meus lábios e trabalhar a dicção de fora mais pausada e com expressão labial mais forte, permitindo a leitura labial.
Nunca pergunto diretamente ao aluno se ele entendeu a matéria, mas faço perguntas, assim como para os demais alunos sobre o assunto abordado na aula, por exemplo: Qual sua opinião, cite exemplos, vamos conversar sobre o que estamos estudando.... Percebo que na maioria das vezes o aluno responde e fico muito contente! É sina que aprendeu!
Para socializar a turma de alunos, procuro fazer dinâmicas na sala de aula e sempre troco os grupos para que todos mantenham contato, interajam e criem laços de amizade. Faço rodízio com os alunos para que participassem de grupos diferentes em cada atividade.
Estimulo o aluno, assim como os demais, a irem à lousa resolver contas de matemática e peço para que façam comentários dizendo como chegaram aos resultados, de forma escrita. Faço isso com todos os alunos para não fazer diferença nos procedimentos didáticos para que o aluno não se sinta diferente!

Relato dos alunos:

Aluno1:

Minha amiga é diferente porque ela tem mais dificuldade de ouvir e falar, mas não acho que ela é diferente só por isso. Ela usa um aparelho que ajuda muito ela... Ela é divertido por isso gosto muito dela. No ano passado ela não estudava aqui com a gente, mas quando ela chegou foi legal. Agora ela é nossa amiga também e já faz parte dos amigões*

Observação: “Os amigões”, citado pelo aluno 1 é um grupo que as crianças criaram no facebook para conversar. Essa comunicação é escrita e acredito que ajuda muito o aluno com necessidade especial.



Aluno2:

Eu não acho que ela é diferente de mim só porque não ouve direito e fala com dificuldade. Logo que ela chegou aqui na escola nós a chamamos para ficar com a gente no recreio e ela já se tornou amiga de todos nós. No começo foi um pouco difícil porque a gente não entendia muito bem o que ela falava. A gente tem que tomar cuidado para falar olhando pra ela e ficar um pouco mais pero, só isso! Ah... ela é normal! 

Aluno3:

Ela é muito legal! É uma pessoa que precisa de mais atenção da professora do que nós por causa do probleminha dela de não ouvir direito e ter um pouco de dificuldade para falar. Eu acho ela especial porque tem um coração grande! Ela ajuda a gente sempre que precisamos! Um dia eu faltei à aula e ela me emprestou o caderno para eu copiar a matéria. Ela é super caprichosa e eu gosto muito dela!


Desenhos feitos pelos alunos entrevistados:


“Meu amigo diferente é especial”


Aluno 1

Aluno 2


Aluno 3




Considerações Finais


Esse trabalho permitiu ampliar os estudos e conhecimentos adquiridos nas videoaulas e a reflexão sobre a importância do professor em saber lidar com alunos especiais. Como foi citado nesse trabalho  o processo de inclusão educacional nas escolas no Brasil garante a todos o direito à educação e ao acesso à escola, sem exclusão em razão de raça, origem social, raça, sexo ou deficiência. Segundo o Art. 205 da Constituição Federal Brasileira, “A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade visando o pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho” (Liberalesso , Zeigelboim, 2012).
Os resultados observados nessa pesquisa foram gratificantes pela observância do respeito, amizade, confiança e solidariedade, tanto da professora quando dos alunos entrevistados, indo ao encontro das leituras realizadas durante os estudos das disciplinas desse bimestre.

Referências Bibliográficas

Liberalesso , Paulo Breno Noronha; Zeigelboim, Bianca Simone. Inclusão de crianças com deficiência mental na escola comum. Visão crítica do modelo atual, 2012. Disponível em http://www.moreirajr.com.br/revistas.asp?fase=r003&id_materia=4951.

Chaves, Svendla. Inclusão para todos. Revista Escola Pública. Disponível em http://revistaescolapublica.uol.com.br/textos/37/inclusao-para-todos-308482-1.asp.

NETO, ANTONIO. Direitos humanos e democracia inclusiva, 1ª Edição. Saraiva, 2012. VitalBook file. Minha Biblioteca. http://online.minhabiblioteca.com.br/books/9788502175792

NOVA ESCOLA. A escola que é de todas as crianças. Disponível em: < http://revistaescola.abril.com.br/formacao/escola-todas-criancas-424474.shtml>. Acesso em: jan. 2015.