quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Educação a distância para melhorar cursos de Direito?

Recentemente, o renomado jurista Ives Gandra da Silva Martins, professor emérito da Universidade Mackenzie, de São Paulo, afirmou em entrevista ao Terra: "para reverter os baixos índices de aprovação no Exame de Ordem é preciso incentivar os cursos a distância. A demanda pelo Direito não vai reduzir, então não adianta só cortar as vagas, é importante garantir a qualidade".

Mas, será que um dia a OAB vai liberar os cursos de direito a distância, ainda mais com a crise no Exame de Ordem? Será que o EaD de hoje, oferecido nos cursos preparatórios, já não está fazendo mais do que se possa imaginar?

ANATED consegue liminar para cessar campanha pejorativa que ataca a EaD

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Nossa missão é elevar a qualidade da educação, por meio da ação direta do tutor, na qual temos a certeza que a excelência deste processo passa por nossas mãos. Mas, antes disso, temos que estar em defesa da educação a distância e de todos que nela laboram e se dedicam, fazendo o seu melhor, em especial, os nossos alunos, que neste caso, estavam sendo muito prejudicados. Porém, não é o simples defender por defender e ponto final! Quando se pensa desta forma, inevitavelmente caímos em deslizes, sem que percebamos as falhas e fragilidades que muitas vezes está a um palmo do nosso nariz, sem sequer percebemos.

Afirmamos isso porque queremos estar lado a lado das instituições que apresentem, de maneira séria, consistente e responsável, propostas de melhorias para o nosso sistema educacional, seja ele presencial ou a distância. Mas você deve estar se perguntando agora: aonde estamos querendo chegar? E a resposta é simples: na campanha promovida pelo conjunto CFESS, cujo slogan é “Educação não é fast-food – Diga não à graduação em serviço social a distância”. Muito bem, sobre este assunto a ANATED já conseguiu uma liminar na Justiça Federal, deferida no último dia 28/07, que determinou a cessação e o recolhimento de todo material promocional e que deverá ser cumprida nos próximos dias.

Excessos a parte da referida campanha (entende-se por excessos: vídeos, material gráfico e spot de rádio com falsas informações), se fizermos uma análise de alguns dos pareceres técnicos emitidos pelo CFESS, veremos que existem críticas construtivas que devem ser acolhidas pelos órgãos fiscalizadores (Secretaria de Regulação e Supervisão do Ensino Superior) e pelas demais entidades ligadas ao setor. Inclusive, algumas delas favorecem a nós próprios, os tutores, que merecem mais respeito no exercício de suas funções. Porém, o que jamais iremos aceitar é que alguém, seja quem for, se utilize de maneira escarnecedora, que segundo o dicionário significa ridicularizar, zombar, mofar, fazer pouco de tutores (profissionais em geral da EaD) e alunos, pelo simples fato de "querer chamar a atenção" para o problema educacional brasileiro. Ora, porque não falar do todo, ao invés de apenas boicotar a EaD? Problemas existem em todos os lugares, mas, francamente, você acha esse "excesso" responsável e correto, ainda mais partindo dessa entidade? Veja como entendeu o juiz federal, da 8ª Vara da Subseção Judiciária em Campinas, que apreciou o pedido liminar formulado pela ANATED, quando se deparou com o material juntado nos autos do processo: "As ilustrações em que – tutor não assistente social – prova virtual – estágio sem supervisão – aparecem, respectivamente, em embalagens de batata fritas, sanduíche e refrigerante escarnecem do serviço e de seus consumidores." E continua sua fundamentação, afirmando que: "O conteúdo em som, reproduzido à fl. 05, e vídeos (fl. 32), têm caráter altamente pejorativo ao ensino a distância em serviço social, abusando da simples crítica à qualidade daquele método. E expõem os consumidores deste método ao ridículo, tratando-os como pessoas de pouca inteligência e discernimento."

Só mais uma coisa que precisamos deixar muito claro: longe de nós querer restringir o direito à liberdade de manifestação do pensamento e da expressão, direitos esses consagrados em nossa Constituição Federal! Apenas temos que lembrar que o mesmo dispositivo legal assegura o direito de resposta proporcional ao agravo e a indenização por dano material, moral ou à imagem (artigo 5º, IV, V e IX). Assim, como bem pontua o juiz em sua decisão, “a Constituição Federal reprime os abusos da liberdade da manifestação do pensamento ou de expressão da atividade de comunicação, da qual a propaganda comercial é espécie”.

Ao finalizar, queremos deixar uma mensagem de apoio aos nossos tutores, os quais são verdadeiros heróis, pelos quais passaram por momentos difíceis diante da veiculação desta campanha. Com trabalho sério e comprometimento os resultados aparecem. E o que dizer então para os nossos alunos, que injustamente se depararam com esta situação embaraçosa, de modo desrespeitoso e desnecessário? Sobre este assunto, veja o que consta no site da Associação Brasileira dos Estudantes de EAD (ABE-EAD): "Em Porto Velho, muitos alunos estão sendo rejeitados para o estágio supervisionado. Ou seja, mesmo o curso estando totalmente legalizado junto ao Ministério da Educação – MEC, alunos EAD sofrem com o boicote por parte de alguns profissionais, se é que podemos chamar essas pessoas de profissionais". Sem palavras... Portanto, neste momento pedimos o seu apoio e que sejamos todos uníssonos em defesa da educação a distância, com qualidade e sem discriminação.

Você que acompanha a ANATED continue seguindo o nosso BLOG. Estaremos atualizando você na frente dos demais veículos de comunicação. Aproveite e poste o seu comentário.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Distância modifica paradigmas

Arquivado em Educação a Distância0 Comentários

“O aluno tem de ser capaz de construir o edifício de seu próprio conhecimento”. Assim o presidente da Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED), Fredric Litto, define a mudança de foco que ocorre no ensino, fruto das alterações tecnológicas e de relações das últimas décadas. Segundo ele, estão com os dias contados as relações “prato feito”, nas quais os educadores oferecem uma quantidade limitada de informação que os alunos devem absorver. “Como a popularização da internet, essa lógica não tem como se manter. O aluno hoje busca um novo professor”.

Para o especialista, o aluno da EAD, apesar de beneficiado pelas facilidades temporais e geográficas, precisa ter mais motivação e disciplina do que o da modalidade presencial. “E preciso mais tempo para leitura e participação nas discussões online. A educação a distância também tem menor nível de flexibilidade em relação a prazos. O aluno não pode chorar para o professor”, lembra Litto.

Em condições, no entanto, não têm desanimado os estudantes: os níveis de abandono e evasão da modalidade a distância é bastante similares aos da presencial. O presidente da ABED afirma que o perfil de quem procura a EAD colabora para esse resultado: “São alunos mais maduros, que já trabalham e têm família. Não largam seus cursos, pois dependem deles para o futuro profissional”.

Para garantir que os esforços sejam recompensados pela instituição de ensino, Litto explica que os interessados precisam pesquisar a reputação dos cursos antes de se matricular, fazendo, se possível, experiências gratuitas. “O aluno deve exigir o máximo de sua escola, com especial atenção ao material ofertado, número de tutores e à qualidade dos exames.”

Fonte: Folha de São Paulo

Escolas aceleram a adoção de equipamentos digitais

Pueri Domus, Objetivo e Santa Cruz, por exemplo, passarão a usar tablets na virada para o segundo semestre

Revista Veja | 15/06/2011

Turma do ensino fundamental do Objetivo: 6.000 equipamentos para os alunos

Turma do ensino fundamental do Objetivo: 6.000 equipamentos para os alunos

Mario Rodrigues

Giz, lousa, cadernos e mochila recheada de livros. Em um futuro próximo (ninguém sabe precisar quando), esses itens poderão fazer parte do passado em uma série de escolas paulistanas. A aposentadoria desses materiais era uma coisa previsível desde que começaram a se popularizar por aqui equipamentos como os notebooks, mas agora essa substituição ganha velocidade. Na virada para o segundo semestre, ao menos três colégios adotarão tablets, como o iPad, da Apple, em algumas de suas turmas. O Pueri Domus, por exemplo, com quatro unidades na Grande São Paulo, distribuirá na volta às aulas esses computadores de mão a alunos do 1º ano do ensino médio. Eles usarão os aparelhos para fazer anotações, além de consultar edições digitais dos livros didáticos e de obras da literatura integrantes do currículo.

+ Crianças vivem uma overdose de tecnologia?
+ Conheça o aplicativo VEJA SÃO PAULO para crianças

O Santa Cruz, no Alto de Pinheiros, está adaptando suas apostilas para essa mesma plataforma. No segundo semestre, um projeto piloto será implementado em classes do 3º, 4º, 7º e 8º anos do ensino fundamental. “Queremos analisar como será a dinâmica do aprendizado com essas inovações”, afirma Moisés Zylbersztjan, coordenador de ensino de informática e da biblioteca. Caso a experiência seja bem-sucedida, os aparelhos deverão entrar para a lista de compras de material escolar dos alunos em 2012 (há tablets a partir de 600 reais sendo oferecidos no mercado). O Objetivo, que tem doze endereços na cidade, comprou, de uma vez, 6.000 equipamentos, que usará como teste neste ano.

Mario Rodrigues

Dante Alighieri: uso de computadores a partir dos 3 anos de idade

Dante Alighieri: uso de computadores a partir dos 3 anos de idade

Cenas de crianças com notebooks e smartphones em cima das carteiras já entraram no cotidiano de determinadas escolas privadas, assim como lousas eletrônicas. Várias delas investiram na instalação de redes de internet sem fio para facilitar a vida de quem traz o equipamento de casa. Grifes da educação como Bandeirantes, Dante Alighieri e Rio Branco estão nessa lista. A proliferação da tecnologia as obriga a criar regras para o uso. A maioria proíbe deixar o celular ligado durante as atividades. Quando o professor passa a lição na velha lousa, em muitos casos é permitido fotografar o conteúdo com os aparelhos. Sempre, porém, confia-se desconfiando no compromisso dos alunos de não fugir para joguinhos, vídeos engraçados e notícias de futebol. “Fico sempre de olho”, diz o professor Eduardo Castro, que usa o Facebook para trocar textos com os alunos do Sidarta nas aulas de geografia. Um deles, Danilo Oliveira Vaz, de 16 anos, reconhece que é preciso ter muita disciplina. “Nem entro em páginas que não têm a ver com a matéria para não cair em tentação”, jura.

+ Alguns dos recursos já utilizados pelas escolas

Em um país de ensino tradicionalmente fraco em ciências exatas, o material didático digital facilita a compreensão ao transformar em ilustrações animadas e coloridas fenômenos de física ou equações trigonométricas, que dão sentido ao cálculo que se acaba de fazer. “Hoje, o aluno passa três horas numa equação sem entender o conceito do que está fazendo”, afirma José Armando Valente, pesquisador do Núcleo de Informática Aplicada à Educação da Unicamp. Por outro lado, esse material didático acaba por reforçar o papel do docente em sala de aula, mas de forma diferente. Sai o estilo “eu falo e vocês escutam” e cresce sua atuação como tutor do aprendizado. “O professor tem de mobilizar informações e orientar o trabalho do aluno individualmente”, explica Maria Elizabeth Bianconcini de Almeida, da Faculdade de Educação da PUC-SP, que trabalha na formação de professores para o uso de tecnologias.

Se as vantagens sobre o didatismo são praticamente consensuais, certos pontos da inovação são controversos. Um deles: conforme os cadernos vão sendo menos usados, é possível abandonar o exercício da caligrafia? Pesquisas nos Estados Unidos, onde os tablets também começaram a chegar às aulas há pouco tempo, mostram que escrever a mão ajuda a criança a compor melhor o raciocínio — o ato de pegar o lápis ou a caneta e redigir ativa áreas do cérebro relacionadas à linguagem e à memória. Um trabalho de 2010 da Universidade de Washington mostrou que crianças que redigiram textos no papel escreveram mais palavras, em maior velocidade e com mais riqueza de ideias do que as que utilizaram um teclado. Além disso, os vestibulares brasileiros não dão sinais de que abandonarão tão cedo a escrita a mão em provas discursivas.

+ O mundo digital nas escolas públicas

Enquanto esses entraves não se resolvem, colégios como o Vértice, campeão paulista de desempenho no Enem em 2009, puxam o freio. Lá não se permite o uso de nenhum aparelho, e a punição para quem burla as regras e mexe no celular, por exemplo, é das antigas: o aluno é expulso da sala. “Claro que está no plano de discussão o uso dos tablets, mas não sabemos ainda se realmente vai fazer diferença no aprendizado”, pondera o diretor Adilson Garcia. As escolas que apostam no aparelho também não sabem o efeito das mudanças na nota final dos alunos. Mas, para elas, não deixa de ser um risco desperdiçar a oportunidade de tornar o aprendizado mais atraente.

Pesquisa revela que 7 milhões de brasileiros estudam via internet

O número de usuários de internet no Brasil ultrapassa 63 milhões, conforme dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e, 11% deles – o equivalente a quase 7 milhões de internautas – estudam ou já estudaram à distância pela web. É o que aponta um estudo do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).

Segundo o levantamento, dentre os brasileiros que fazem cursos on-line, 22% têm ensino superior, e 21% pertencem à classe A. Além disso, 12% deles são homens, e 10% são mulheres. A maior concentração de estudantes está na faixa de idade que vai de 25 a 34 anos (16%), o restante está bem distribuído entre os brasileiros de 16 a 44 anos.

A educação à distância vem conquistando cada vez mais adeptos no país. Prova disso é que nos últimos sete anos, a procura de alunos por esse modelo de estudos disparou mais de 2.000%, passando de 40,7 mil para 838,1 mil estudantes matriculados no período.

Fonte: band.com.br

Quem estuda a distância pensa diferente?

A comunicação.Da descoberta de Gutenberg, que introduziu a forma moderna de impressão dos livros, ao twitter, com uma produção textual de até 140 caracteres, o mundo demonstra que a sua comunicação a partir da escrita vem sendo cultivada de forma cada vez mais compacta. O texto volumoso e complexo deixou de ser o artista principal e nos tempos de hoje, ele se transformou em uma linguagem de suporte e aparece como ator coadjuvante em relação a imagem. No século XXI a imagem é a pedida da hora.

Quando decidimos que a escrita não seria nosso canal de comunicação e intercomunicação predileto também assumimos os efeitos, conscientes ou não, do caminho que decidimos tomar. As implicações estão aí para que não sejamos pegos como mentirosos. Via de regra, a maioria das pessoas tem dificuldade de traduzir seus sentimentos, de se expressar publicamente, a interpretação de textos técnicos ou de ficção é cada vez pior, ferramentas como feedback e avaliação 360° muitas vezes têm o retorno muito baixo em razão dos líderes terem grande dificuldade para efetuar a devolução com as palavras mais apropriadas. Se não exercitamos a escrita nosso vocabulário e domínio da linguagem é insuficiente e escassa. O resultado desse processo de pasteurização da escrita é que ou nos falta vocabulário, ou utilizamos palavras que não significam o que desejamos comunicar, ou ambos.

Podemos dizer com certeza que a escrita é uma linguagem que é produzida em grande parte através de analogias. O escritor, jornalista, a tese de TCC, o mestrado, estão sempre num contexto de alegorias e comparações, uma fabricação de imagens por meio da palavra. O universo que nos desafia é um universo digital. O mundo moderno do século XXI é 1 e 0, cheio e vazio. Mesmo multidimensional tudo se confecciona em cima de um binômio simples: sim e não. Assim é o funcionamento do computador e de todas as outras mídias contemporâneas. Foi esse mundo onde você faz parte ou não faz parte, é lento ou é hiper veloz, ama ou odeia, onde o caminho do meio se tornou uma exceção quem elegeu a imagem como a sua forma numero 1 para lidar com a sua comunicação.

A linguagem visual se forma na parte anterior do cérebro e ela é responsável em lembrar toda a nossa herança genética e história passada, já a linguagem escrita se instala na lateralidade do cérebro e se desencadeia do frontal esquerdo responsável pela razão. O que tanto de forma simbólica e biológica, quando elegemos a imagem como nosso principal canal de comunicação, estamos determinando um desejo profundo em nos perpetuar. Também é interessante lembrar que nomear a imagem como a janela para ampliar nossos horizontes revela um reencontro com a nossa ancestralidade: a linguagem visual é a primeira forma de expressão do ser humano, a mais original e arquetípica.

Levantadas essas considerações, a pergunta é se a mente que aprende por EAD pensa diferente a comunicação do que a presencial? A resposta é com certeza. Enquanto que uma mente que aprende presencialmente está muito mais ligada aos modelos, aos parâmetros e a questões que referenciam as suas práticas, a mente que aprende por EAD é a mente do futuro. O aluno do EAD vai ter muito mais facilidade nas questões multidimensionais, em transitar rapidamente de um modelo para outro modelo, pois o seu cérebro não se conforta na repetição. Arriscará mais e principalmente é uma mente muito mais convergente, pois como está profundamente vinculada à imagem, não ao modelo, o importante é a origem, não a chancela, o certificado. Soma-se a tudo isso a intimidade que as mentes que estudam por EAD têm em relação às novas tecnologias e ferramentas de informação. Habilidades e competências que desenvolvem a partir do seu próprio processo de aprendizagem por ensino a distância que utiliza desses equipamentos.

O Aluno de EAD está muito mais aberto para questões como virtualidade, interatividade, acreditar que longe não existe, investimento em idéias próprias e não em modelos pré-prontos, relacionamento por redes sociais e uma combinação muito intensa e efetiva em relação ao que fazer, quando fazer e como fazer, tão importantes para o pensar estratégico.

Um gesto de amor vale mais que mil palavras, o exemplo mais que mil conselhos, um desenho do filho é um beijo, a pomba secular passando na TV não precisa de uma palavra, sabemos que ela pede um mundo mais pacífico. A imagem é mais profunda, fala da nossa expressão inicial e talvez isso nesse momento, tão frágil e decisivo que toda a humanidade se encontra, seja o mais importante para todos nós. Entender a herança que nossos ancestrais nos deixaram para ter consciência de que herança nós deixaremos para as próximas gerações é o nosso ofício.

http://ogerente.com.br/rede/carreira/comunicacao-e-linguagem?utm_source=Rede+O+Gerente&utm_campaign=94da0afe2e-Rede_O_Gerente_08_04_2011&utm_medium=email

EAD transforma a vida de milhares de pessoas no Brasil

Corrupção se combate com cadeia, fiscalizando e denunciando. E muito importante: com educação também. O Brasil registra um fenômeno que merece aplausos e comemoração: o sucesso do ensino à distância. Esse tipo de ensino está mudando a vida de milhões de brasileiros, principalmente de quem não tem horário para estudar ou que mora em lugares distantes.
No ano passado, foram credenciados 208 cursos à distância no país. Até as faculdades de medicina têm adotado essa modalidade. Mas é preciso ter disciplina para acompanhar as aulas.
O técnico em agropecuária Cássio Bueno acaba de passar no vestibular. Ele mora em São Paulo, mas vai fazer faculdade de gestão em agronegócios, em Maringá, no estado do Paraná. “Posso falar que em um raio de 350 quilômetros longe da capital, eu consigo em qualquer pastagem ou no meio de uma plantação em determinado horário destinar esse período para estudo”, conta Cássio.
Todos os dias Ricardo Holtz, que é presidente da Associação Brasileira de Estudantes de Educação à Distância (Abed), estudava pela internet, em casa ou no trabalho. Uma vez por semana tinha uma aula presencial em São Paulo.
“A gente tinha um telão na sala de aula ao vivo com o professor, inclusive com a possibilidade de interagir com esse professor em Curitiba. A gente enviava algumas perguntas por meio de um 0800, as perguntas eram pré-selecionadas e ele respondia ao vivo tirando as nossas duvidas“, lembra Ricardo.
A secretária Sônia Luiza Martins faz o curso de gestão pública pela Faculdade de Tecnologia de Curitiba no escritório onde trabalha, depois do expediente ou em algum momento de folga. Ela sabe que estudar à distância não é para qualquer tipo de aluno.
“Minha formação vai depender 100% de mim. Se eu não for disciplinada e organizada, eu não vou me sair bem nas provas e automaticamente não vou ser um bom profissional. Então, procuro ser bem disciplinada e organizada”, afirma Sônia.
Pelo menos um milhão de alunos estão matriculados em cursos autorizados pelo Ministério da Educação, e mais de um 1,5 milhão estão em cursos livres.
“Se eu sinto falta de um determinado conteúdo, eu vou à biblioteca estudar e aprofundar aquele assunto da aula. A gente acaba sendo autodidata. Essa questão de você perder ou ganhar conteúdo isso depende de cada aluno”, disse um estudante em Fortaleza.
“Ninguém vai poder manter sua posição no mercado de trabalho sem fazer um curso de atualização pelo menos uma vez por ano. E sair do trabalho para ficar duas semanas assistindo a um curso ninguém pode fazer. A empresa não vai soltar a pessoa para isso. Então, educação à distancia é a solução para isso”, argumenta Fredric Litto, professor titular de Comunicação da USP e presidente da Associação Brasileira de Educação à Distância (Abed).
E a qualidade? Cursar uma faculdade à distância não pode ser pior do que frequentar um curso presencial? Quem responde é o cirurgião e professor livre docente de cirurgia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), João Luiz Azevedo. Ele mostra uma aula para os terceiranistas de medicina. A aula é obrigatória e deve ser feita pelo computador. O aluno, com o mouse, procura o lugar certo para penetrar com uma agulha no abdômen do paciente.
“Tudo isso é registrado: o número de erros, quantas vezes ele acessou, o tempo de cada acesso. Tudo isso é registrado e faz com que a gente possa elaborar uma avaliação do interesse e da proficiência daquele aluno”, explica o professor. “Você pode ensinar aos alunos como fazer uma punção em casa. Ele aprende os princípios básicos, intelectuais e teóricos do procedimento. Na execução, ele se dará tão bem quanto aqueles que foram ensinados presencialmente a esse aprendizado teórico de um procedimento prático que ele fará”.
Apesar de os cursos universitários à distância terem sido aprovados pelo MEC em 2002, só agora, em outubro de 2010, a Universidade de São Paulo (USP) abriu o seu primeiro programa de formação à distância: licenciatura em Ciências. “A ideia básica é contribuir para aumentar o número de professores bem formados pelas universidades estaduais”, diz a pró-reitora de graduação da USP, Telma Tenório.
“Sem dúvida alguma, a educação à distância mudou minha vida, e tenho certeza que pode mudar a vida de muitos outros brasileiros como eu, que por um motivo ou por outro não conseguiram ingressar no Ensino Superior ou por falta de tempo ou por falta de recursos financeiros”, conta Ricardo Holz.
“Para atender os milhões, de 6 milhões a 30 milhões de estudantes, educação à distância gratuita. Um país de 200 milhões de pessoas, é meio vergonhoso que só tenha seis milhões matriculados no Ensino Superior”, aponta Fredric Litto, presidente da Abed.
O último levantamento do setor, feito em 2009, mostrou que no Brasil já existiam quase 2,8 mil cursos de ensino à distância, entre profissionalizantes, de graduação, pós-graduação e extensão.
De acordo com o Ministério da Educação, a região com o maior número de escolas públicas que solicitaram o registro de cursos à distância foi o Nordeste. Foram 31 no ano passado.

Fonte: g1.globo.com/bom-dia-brasil

Educação a distância traz delegação francesa ao Brasil

Quinta-feira, 21 de outubro de 2010 - 10:13
A comitiva francesa está no Brasil em busca de subsídios para a implantação de cursos a distância em países da União Europeia (Foto: Arquivo/MEC)Curitiba — Representantes do Ministério da Educação da França fizeram visita ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Paraná na terça-feira, 19, e na quarta, 20. Eles estão no Brasil para conhecer metodologias e tecnologias de educação à distância.

Na instituição paranaense, os europeus visitaram estúdios, assistiram a apresentações sobre cursos e acompanharam aula ao vivo do curso superior de tecnologia em gestão pública. Segundo a pró-reitora de ensino, pesquisa e pós-graduação do instituto, Neusa Nery, a comitiva busca subsídios para superar dificuldades na implantação de cursos a distância em países da União Europeia. “Essas dificuldades são de natureza pedagógica e também tecnológica”, disse. “O interesse é verificar como nós fazemos essa metodologia funcionar aqui no Brasil.”

Neusa revela que o governo francês pretende adotar a educação a distância em cursos de formação continuada para professores. “A expectativa é a de que a experiência brasileira sirva de modelo para a expansão do ensino a distância europeu”, afirmou.

Rede — Brasil e França pretendem formar uma rede de ensino profissionalizante, com ênfase nas indústrias aeronáutica, automotiva e eletrônica, na saúde pública e assistência social e nas áreas de turismo, hotelaria e gastronomia. Para isso, em 2008, foi firmado protocolo pelos dois governos. O documento prevê a realização de seminários temáticos alternadamente nos dois países, entre outras ações.

Entre 8 e 12 de novembro, uma comitiva brasileira visitará a França para conhecer a estrutura da educação profissionalizante daquele país. A delegação será formada por representantes da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec) e do Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif).

Assessoria de Imprensa do instituto federal do Paraná
Palavras-chave: institutos federais, educação à distância