segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Quem estuda a distância pensa diferente?

A comunicação.Da descoberta de Gutenberg, que introduziu a forma moderna de impressão dos livros, ao twitter, com uma produção textual de até 140 caracteres, o mundo demonstra que a sua comunicação a partir da escrita vem sendo cultivada de forma cada vez mais compacta. O texto volumoso e complexo deixou de ser o artista principal e nos tempos de hoje, ele se transformou em uma linguagem de suporte e aparece como ator coadjuvante em relação a imagem. No século XXI a imagem é a pedida da hora.

Quando decidimos que a escrita não seria nosso canal de comunicação e intercomunicação predileto também assumimos os efeitos, conscientes ou não, do caminho que decidimos tomar. As implicações estão aí para que não sejamos pegos como mentirosos. Via de regra, a maioria das pessoas tem dificuldade de traduzir seus sentimentos, de se expressar publicamente, a interpretação de textos técnicos ou de ficção é cada vez pior, ferramentas como feedback e avaliação 360° muitas vezes têm o retorno muito baixo em razão dos líderes terem grande dificuldade para efetuar a devolução com as palavras mais apropriadas. Se não exercitamos a escrita nosso vocabulário e domínio da linguagem é insuficiente e escassa. O resultado desse processo de pasteurização da escrita é que ou nos falta vocabulário, ou utilizamos palavras que não significam o que desejamos comunicar, ou ambos.

Podemos dizer com certeza que a escrita é uma linguagem que é produzida em grande parte através de analogias. O escritor, jornalista, a tese de TCC, o mestrado, estão sempre num contexto de alegorias e comparações, uma fabricação de imagens por meio da palavra. O universo que nos desafia é um universo digital. O mundo moderno do século XXI é 1 e 0, cheio e vazio. Mesmo multidimensional tudo se confecciona em cima de um binômio simples: sim e não. Assim é o funcionamento do computador e de todas as outras mídias contemporâneas. Foi esse mundo onde você faz parte ou não faz parte, é lento ou é hiper veloz, ama ou odeia, onde o caminho do meio se tornou uma exceção quem elegeu a imagem como a sua forma numero 1 para lidar com a sua comunicação.

A linguagem visual se forma na parte anterior do cérebro e ela é responsável em lembrar toda a nossa herança genética e história passada, já a linguagem escrita se instala na lateralidade do cérebro e se desencadeia do frontal esquerdo responsável pela razão. O que tanto de forma simbólica e biológica, quando elegemos a imagem como nosso principal canal de comunicação, estamos determinando um desejo profundo em nos perpetuar. Também é interessante lembrar que nomear a imagem como a janela para ampliar nossos horizontes revela um reencontro com a nossa ancestralidade: a linguagem visual é a primeira forma de expressão do ser humano, a mais original e arquetípica.

Levantadas essas considerações, a pergunta é se a mente que aprende por EAD pensa diferente a comunicação do que a presencial? A resposta é com certeza. Enquanto que uma mente que aprende presencialmente está muito mais ligada aos modelos, aos parâmetros e a questões que referenciam as suas práticas, a mente que aprende por EAD é a mente do futuro. O aluno do EAD vai ter muito mais facilidade nas questões multidimensionais, em transitar rapidamente de um modelo para outro modelo, pois o seu cérebro não se conforta na repetição. Arriscará mais e principalmente é uma mente muito mais convergente, pois como está profundamente vinculada à imagem, não ao modelo, o importante é a origem, não a chancela, o certificado. Soma-se a tudo isso a intimidade que as mentes que estudam por EAD têm em relação às novas tecnologias e ferramentas de informação. Habilidades e competências que desenvolvem a partir do seu próprio processo de aprendizagem por ensino a distância que utiliza desses equipamentos.

O Aluno de EAD está muito mais aberto para questões como virtualidade, interatividade, acreditar que longe não existe, investimento em idéias próprias e não em modelos pré-prontos, relacionamento por redes sociais e uma combinação muito intensa e efetiva em relação ao que fazer, quando fazer e como fazer, tão importantes para o pensar estratégico.

Um gesto de amor vale mais que mil palavras, o exemplo mais que mil conselhos, um desenho do filho é um beijo, a pomba secular passando na TV não precisa de uma palavra, sabemos que ela pede um mundo mais pacífico. A imagem é mais profunda, fala da nossa expressão inicial e talvez isso nesse momento, tão frágil e decisivo que toda a humanidade se encontra, seja o mais importante para todos nós. Entender a herança que nossos ancestrais nos deixaram para ter consciência de que herança nós deixaremos para as próximas gerações é o nosso ofício.

http://ogerente.com.br/rede/carreira/comunicacao-e-linguagem?utm_source=Rede+O+Gerente&utm_campaign=94da0afe2e-Rede_O_Gerente_08_04_2011&utm_medium=email

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